Estava Xica a meio do seu discurso de apresentação, quando as suas palavras foram completamente abafadas por um burburinhar que aparentemente teve início no sector masculino, mas pelo crescendo estimava-se a sua chegada ao sector feminino muito em breve. Julieta, juntamente com Xica e companhia limitada, dirigiu-se ao burburinho, na tentativa de minimizar o impacto perante as noviças. Tarde demais. Um pato, completamente fora de si, entrou no recinto aos gritos, dirigindo a sua fúria à Xica. Esta, tentou convencê-lo a entrar na capoeira, acalmar-se, e parar com o espectáculo que nos estava a proporcionar, mas sem sucesso algum. Pelos vistos, o pato gostava de público, porque não ficou minimamente inibido com a nossa presença, eu diria até que lhe inflamava o discurso, só de nos ver. Afinal qual o motivo de todo este espectáculo? Aparentemente um mal-entendido. O pato “psicótico”, ou “psico-pato”, chamemos-lhe assim, veio pedir a Xica, responsabilidades pelo abandono e falta de acompanhamento do sector masculino.
Antes de mais, aqui e neste momento, senti a necessidade de fazer uma pausa, um intervalo. Uma das questões que me assaltava, era por que raio era um pato que mandava no sector masculino dos frangos? E quantos frangos existiam no sector masculino? Se não põem ovos qual a finalidade da sua estada ali? E porque razão gritava o “psico-pato” com a Xica? Chega! Não quero saber, não vou perder mais um minuto da minha vida a pensar nisto! Estava eu ferozmente a absorver estas minhas decisões, quando uma galinha se aproximou do grupo onde me encontrava e sussurrou…
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