O pato e o galo-mor, eram companheiros de longa data. Cresceram juntos na quinta e quando a Gaspar foi passado o título de galo-mor, pelo seu antecessor e pai, este transformou o pato no seu braço direito. Se por um lado o galo-mor depositava toda a sua confiança na gestão levada a cabo pelo pato, no sector masculino, a verdade verdadinha é que só conhecia o sector masculino através do pato, assim como o sector masculino só conhecia a obediência ao pato. Não respeitavam o galo-mor, e muito menos um franganote, aspirante a “more”.
Gaspar tentava há muito ter uma cria de sexo masculino que vingasse, mas sem sucesso. Julieta, o seu grande amor, tinha sido incapaz de lhe providenciar a desejada descendência. Muitas foram as pressões para destituir Julieta do seu posto, e tomar outra galinha como primeira-dama. Mas Gaspar não queria pensar nisso sequer. Até à última postura, havia que tentar. E assim foi. Numa das últimas posturas de Julieta, nasceu o franguito, Jacó de seu nome. Gaspar e Julieta ficaram radiantes. Julieta ainda pôs mais alguns ovos, mas nem tentou chocá-los. Para quê? Já tinha o que queria, agora só tinha tempo para o seu pequenito. E se algumas das irmãs que eclodiram ao mesmo tempo, se metesse com ele, por ser tão franzino, haveria um castigo.
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