Não queria acreditar na atenção que dispensei à conversa da Natália. Perdi a noção do tempo. Natália era uma galinha muito bem informada. Intrigava-me o motivo que a levava a despejar esta informação toda connosco. Não nos conhece. Não sabe de onde viemos e quais as nossas intenções. O que pretende? O facto de nos passar as suas opiniões sobre os habitantes da quinta, não nos permite tirar as nossas próprias elações, e partimos para o conhecimento destas personagens já com algumas ideias pré-concebidas. Natália continuava a falar de Jacó - Jacó, cresceu assim, demasiado protegido, nunca sendo exposto a qualquer situação minimamente perigosa, e sendo sempre feita a sua vontade. – O meu esforço para me abstrair não estava a ser suficiente. Procurei focar a minha atenção noutro ponto, mas não havia onde. Estava tudo muito calmo. Demasiado calmo. O reboliço havia terminado sem darmos por isso.
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