Há Quinta

Aparição

«Sento-me aqui nesta sala vazia e relembro. Uma lua quente de Verão entra pela varanda, ilumina uma jarra de flores sobre a mesa. Olho essa jarra, e escuto o indício de um rumor de vida, o sinal obscuro de uma memória de origens. No chão da velha casa a água da lua fascina-me. Tento, há quantos anos, vencer a dureza dos dias, das ideias solidificadas, a espessura dos hábitos, que me constrange e tranquiliza. Tento descobrir a face última das coisas e ler aí a minha verdade perfeita Mas tudo esquece tão cedo, tudo é tão cedo inacessível. Nesta casa enorme e deserta, nesta noite ofegante, neste silêncio de estalactites, a lua sabe a minha voz primordial.» FERREIRA, Vergílio - Aparição. Bertrand , 2003. ISBN 972-25-0251-4

A vida das galinhas


A vida das Galinhas

As galinhas têm sido consideradas como uma importante fonte de alimento desde há séculos. As primeiras referências a galinhas domesticadas surgem no séc. VII a.C., em cerâmicas coríntias. A introdução desta ave como animal doméstico surgiu provavelmente na Ásia. Apesar de terem sido os Romanos a desenvolver a primeira raça diferenciada de galinhas, os registos antigos mostram a presença de aves selvagens asiáticas na China desde 1400 a.C. Da Grécia antiga, as galinhas espalharam-se pela Europa e os navegadores polinésios levaram estas aves nas suas viagens de colonização do Oceano Pacífico, incluindo a Ilha da Páscoa. A proximidade ancestral com o homem permitiu o cruzamento destinado à criação de diversas raças, adaptadas às diferentes necessidades.

Factos sobre as galinhas,

As galinhas, ao contrário da maior parte das aves, não voam. Isso deve-se a diversos factores, entre os principais: não possuírem o músculo peitoral desenvolvido com mioglobina, grande peso corpóreo, e também que, quando tentam alçar voo, sentem cãibras.

Estas aves são animais curiosos e interessantes, tão inteligentes como, por exemplo, gatos, cães, ou macacos. São muito sociáveis e gostam de passar os seus dias todas juntas, a arranhar o chão com as suas patas à procura de alimento, fazer a sua higiene com banhos de terra, empoleirar-se em árvores e apanhar sol.

As galinhas são aves precoces. Por exemplo, as mães galinhas cacarejam para os seus filhos ainda dentro do ovo e eles cacarejam em resposta à sua mãe! A inteligência e adaptabilidade das galinhas torna-as especialmente vulneráveis aos aviários porque, ao contrário da maior parte das aves, os filhotes das galinhas podem sobreviver sem as suas mães e sem o conforto do ninho. Saem do ovo ansiosos por explorar o mundo e prontos para conhecer a vida.

A vida das galinhas de aviário,

Actualmente, mais de 9000 milhões de galinhas que, por ano, só nos EUA, são criadas em aviários para fornecer ovos e carne para consumo humano, nunca terão a oportunidade de fazer nada de natural para elas. Nunca sequer conhecerão os seus pais, muito menos terão a sorte de serem criadas por eles. Nunca poderão tomar banhos de terra, sentir o sol no seu corpo, respirar ar fresco, empoleirar-se em árvores, ou construir os seus ninhos.

Os frangos de "churrasco",

As galinhas criadas para consumo, chamadas "churrasco" pela indústria aviária, passam toda a sua vida em aviários sem condições com centenas de milhar de outras aves, onde o pouco espaço disponível e o confinamento levam a surtos de doença. São criadas e drogadas para crescerem tão rápido, que as suas pernas e os seus orgãos não são capazes de acompanhar esse crescimento, o que muitas vezes lhes provoca ataques cardíacos, insuficiência de orgãos e deformidades das suas pernas. Devido ao seu excesso de peso, muitas ficam tão aleijadas que morrem por nem sequer conseguir chegar à água para beber. Quando chegam às 6 ou 7 semanas de idade, são enjauladas e metidas em camiões para abate.

Os ovos,

As aves exploradas pelos seus ovos, chamadas poedeiras, vivem juntas em jaulas de arame, onde nem sequer têm espaço para mexer as asas. As jaulas são colocadas umas sobre as outras, e os excrementos das galinhas que estão em cima caem constantemente sobre as que estão em baixo. A estas galinhas cortam parte dos seus bicos extremamente sensíveis, para que não se debiquem umas às outras, o que acontece devido à frustração de viverem aprisionadas. Quando os seus corpos estão exaustos e a sua produção de ovos diminui, são enviadas para abate, geralmente para se tornarem caldo de galinha, ou comida para cão e gato, porque a sua carne está demasiado maltratada para se poder usar para outros fins.

Os pintainhos machos, das galinhas que são usadas para procriação, por não poderem dar ovos e por não terem carne tenra como a das fêmeas, são mortos. Todos os anos, mais de 100 milhões destas aves jovens são moídas vivas ou atiradas para sacos para morrerem sufocadas.

O transporte e abate das galinhas,

As galinhas são enfiadas em pequenas gaiolas e metidas em camiões para abate, debaixo de todo o tipo de intempéries. Centenas de milhões destas sofrem por asas e pernas partidas devido à brutalidade com que são manuseadas, e milhões delas morrem de stress na viagem.

No matadouro, as suas pernas são metidas numa espécie de algemas (as aves ficam presas de pernas para o ar), as suas gargantas são cortadas, e são depois metidas em água a ferver para que larguem as penas. Por não terem leis que as protejam (as aves não estão incluídas no Acto de Métodos Humanos de Morte), a maior parte das galinhas ainda está consciente quando lhes cortam a garganta e o corpo, e muitas são escaldadas ainda vivas depois de terem passado pelo corte de garganta.

Referências:

http://goveg.com/factoryFarming_chickens.asp

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